O dólar à vista subiu cerca de 1 %, atingindo o patamar de aproximadamente R$ 5,50, após as declarações de Trump sobre a implantação de tarifas adicionais sobre produtos brasileiros
A alta foi desencadeada pelas ameaças de Trump de impor novas tarifas de até 50% sobre o Brasil, incluindo impostos adicionais sobre exportações para os EUA No Brasil, o dólar futuro para agosto também subiu cerca de 0,7%, cotado em torno de R$ 5,52 . Internamente, a reação dos mercados reage ao aumento global do dólar, influenciado pela tensão geopolítica e à expectativa sobre novos imposto


Dólar supera R$ 5,50 após declarações de Trump sobre tarifas ao Brasil
O dólar à vista fechou em alta de 1,05% nesta quarta-feira (9), cotado a R$ 5,503, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que pretende impor tarifas sobre o Brasil, reacendendo temores de uma escalada nas tensões comerciais entre os dois países.
A moeda norte-americana chegou a ser negociada acima de R$ 5,52 nos contratos futuros, refletindo a forte aversão ao risco por parte dos investidores, em um dia de baixo volume de negócios por conta do feriado em São Paulo.
Declarações polêmicas
Em postagem nas redes sociais, Trump afirmou que o Brasil "não tem sido bom para os EUA" e que anunciaria em breve tarifas comerciais, não só contra o Brasil, mas também contra pelo menos outros seis países. Ele mencionou, sem muitos detalhes, a possível taxação de 50% sobre o cobre importado e novas tarifas sobre semicondutores e produtos farmacêuticos.
“Tensões comerciais voltam aos holofotes e elevam a demanda por proteção no câmbio, em meio a um Ibovespa em queda e pouca liquidez”, explicou Bruno Shahini, especialista da Nomad.
Crise diplomática
O clima entre Brasília e Washington azedou ainda mais depois que a embaixada dos EUA no Brasil divulgou uma nota em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro, repetindo o discurso de Trump sobre "perseguição política". Em reação, o Itamaraty convocou o encarregado de negócios da embaixada, Gabriel Escobar, para prestar esclarecimentos.
A embaixada afirmou:
“Jair Bolsonaro e sua família têm sido fortes parceiros dos Estados Unidos. A perseguição política contra ele, sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil. Reforçamos a declaração do presidente Trump.”
Cotação detalhada
Dólar à vista: R$ 5,503 (alta de 1,05%)
Dólar futuro (B3): R$ 5,523 (alta de 0,69%)
Dólar turismo:
Compra: R$ 5,476
Venda: R$ 5,656
Influência externa
Além da tensão bilateral, os mercados também reagiram à divulgação da ata da reunião de junho do Federal Reserve. O documento revelou que apenas alguns membros consideram possível uma queda de juros ainda neste mês. A maioria ainda mantém cautela diante dos riscos inflacionários — especialmente diante das ameaças tarifárias do governo Trump.
Trump tem pressionado por cortes nos juros e até pela renúncia do presidente do Fed, Jerome Powell, mas o documento mostrou pouco apoio interno à sua postura dentro do banco central americano.
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